Mal consegui dormir aquele dia. Não parava de pensar em tudo o que tinha acontecido e no que ainda poderia acontecer. Em poucas horas, Marcos estaria frente a frente com a minha esposa. E eu havia arquitetado o encontro entre os dois.
Mesmo nervoso, o sentimento agora era mais de resignação. Eu dizia para mim mesmo que estava fazendo aquilo por ela e que uma mulher como a Fernanda merecia ter a experiência de transar com um cara como o Marcos.
Minha esposa acordou e pouco falamos naquela manhã até ela sair para o trabalho. Eu também fui para o escritório e passei o dia ansioso aguardando a mensagem do Marcos.
Eu estava uma pilha de nervos. Olhava meu celular a cada dois minutos para ver se tinha alguma mensagem dele. Depois de quase uma hora, recebi uma notificação.
Fiquei excitado imaginando a cena. O orgulho de corno é mesmo uma coisa muito curiosa.
E eu fiz, exatamente como ele mandou. A ideia era ótima, Marcos queria se aproximar aos poucos da Fernanda e deixar tudo acontecer de forma orgânica. Pelo menos através dos olhos dela.
E eu estava disposto a ajudá-lo para poder manter aquela fantasia. Na terça-feira, eu mandei mensagem assim que ela chegou ao restaurante.
Marcos estava na rua ao lado aguardando a minha mensagem.
Lembro que dessa vez foi diferente das outras. Agora eu já não estava mais nervoso como antes. É claro que estava ansioso com o novo encontro entre eles, mas a essa altura eu já não tinha dúvidas de quem eu era e o que queria.
Depois de algum tempo, Marcos enviou mensagem.
Senti um frio na espinha quando li a mensagem dele. Corri para pegar meu fone de ouvido e então dei play no arquivo. Alguns trechos ficaram inaudíveis, mas consegui ouvir a maior parte da conversa com clareza.
– É Fernanda, né? – ele disse como se estivesse tentando se lembrar do nome dela.
– Isso! Você é Marcos, não é?
– Eu mesmo. Me desculpa, eu te vi aí sentada e quis agradecer. Minha irmã adorou o presente. Ela disse que você tem bom gosto, viu. Amou a sandália.
– Ah, que bom! Quando você me mostrou a foto dela eu tive certeza que ela ia gostar. Arrasou!
– Nossa, ela amou. Ótima dica… você tá sozinha?
– Sim, eu ia almoçar com meu marido, mas ele furou comigo. Teve um problema no trabalho.
– Putz, que azar – ele disse e em seguida complementou – Semana passada eu comecei a dar a aula para um aluno que mora aqui do lado. Por isso que acabei passando pela loja aquele dia. E agora estava procurando um lugar pra almoçar quando te vi aí sentada.
– Aí, que legal. Aqui é ótimo, vale muito a pena. Você é personal, não é?
– Sou sim. E também trabalho com e-commerce. Aliás, vocês têm loja on-line? Olha, eu confesso que nem pesquisei nem nada, mas agora que falei é que me veio à cabeça.
– Temos sim, hoje em dia o nosso maior volume de vendas é on-line. Mas a loja física sempre vai ter seu valor né, não tem jeito.
– Ah sim, com certeza. Eu sou prova viva disso né? – ele disse e ela deu uma risada.
– Verdade, olha aí – ela respondeu e então houve um breve silêncio.
– Bom, se um dia vocês precisarem de um consultor de e-commerce tem meu telefone no cadastro.
– Ah, com certeza. Pode deixar!
– E eu até poderia te oferecer algumas aulas, mas você claramente não precisa.
– Ah, obrigada. Seria ótimo, mas é tanta correria que não sobra tempo para nada – ela disse e pude notar um certo desconforto na sua voz.
– Sei bem, mas tem que encontrar esses momentos. Sair um pouco do automático de vez em quando.
– Verdade – ela respondeu e houve um novo silêncio.
– Pena que você já almoçou, senão eu teria te feito companhia.
– Pois é. Aliás, preciso voltar que as meninas ainda não almoçaram. Bom te ver, viu? Se a sua irmã precisar trocar o tamanho pede para ela dar uma passada na loja.
– Claro, mas ela disse que ficou perfeito o tamanho. Acho que não vai precisar.
– Aí, que bom. Tchau, Marcos. Bom almoço!
Quando li a mensagem dele imaginei que teria algo muito mais comprometedor naquele áudio. Mas não, ela havia se portado de forma educada e profissional o tempo todo. E quando ele a elogiou, Fernanda agradeceu e em seguida cortou o assunto.
Eu deveria ter orgulho da minha mulher, mas na hora só conseguia pensar que talvez nunca fosse vê-la transando com outro.
E mais uma vez eu fiz o que ele mandou. Fernanda parecia cansada, mas ela se animou quando sugeri da gente namorar depois que o nosso filho fosse dormir.
Começamos a nos beijar e na hora fiquei com tesão imaginando que em breve ela poderia se tornar minha hotwife, mas para isso eu deveria seguir com o plano.
E mais uma vez eu broxei. Fernanda ficou arrasada quando percebeu o que estava acontecendo. E dessa vez foi ela quem chorou.
– O que está acontecendo, Gabriel? Você não tem mais vontade de transar comigo?
– Claro que tenho, amor. Você sabe que eu sou louco por você, faço tudo por você… não sei o que está acontecendo comigo, acho que vou procurar um médico.
– Tem que procurar mesmo. Você precisa se cuidar amor, eu vivo falando isso para você. Não quero que a gente se transforme naqueles casais que param de transar e acabam virando só amigos. A gente é muito novo para viver sem sexo, eu não quero isso.
– Eu sei, amor. Você tem toda razão. Eu vou procurar um médico, prometo.
E como Marcos planejou, mais uma vez a Fernanda dormiu frustrada. No dia seguinte, mandei mensagem para ele.
Era uma sexta-feira e o dia levou uma eternidade para passar. Obviamente eu não consegui trabalhar, ficava só pensando em como a Fernanda iria reagir à investida do Marcos.
Achei que fosse vomitar de tão nervoso que eu estava. Não tinha mais volta agora, tudo que eu podia fazer era aguardar a mensagem dele. Quase quarenta minutos desde que ele enviou a mensagem, o que será que está acontecendo lá?
Ele me enviou o arquivo de áudio e corri para dar play. Depois ele me contou o que aconteceu, então vou publicar parte da transcrição do áudio entre os dois junto com os detalhes relatados pelo Marcos.
– Nossa, ainda bem que a loja ainda está aberta – ele disse aliviado – Tudo bem, Fernanda? Boa noite.
– Oi, Marcos. Boa noite. Eu já estava fechando a loja, será que você pode passar amanhã?
– Putz, não consigo. Eu tenho uma reunião importante amanhã e queria comprar uma camisa nova pra usar. Você consegue me ajudar? Vai ser rápido, prometo.
– Ah, entendi. Bom, se for rápido eu consigo te atender sim. Você quer uma camisa social, é isso?
– Sim, eu gostei daquela branca na vitrine. Você pega pra eu experimentar, por favor? Tamanho grande.
– Claro, vou buscar pra você – ela respondeu e houve silencio por um momento – Essa camisa é linda, tenho certeza que vai ser sucesso.
– Obrigado. O provador é ali, né?
– Isso! – ela respondeu e houve novo silêncio.
– Bem bonita mesmo, adorei o caimento dela. O que você achou? – Ele disse olhando-se no espelho.
– Ficou ótima, não tem uma sobra de tecido. Parece que foi feita sob medida para você.
– Parece mesmo. Obrigado por me salvar de novo, Fê – ele disse e virou-se para encará-la.
– Imagina. Fico feliz de poder ajudar – ela respondeu e virou-se para ir em direção ao caixa, mas Marcos segurou-a pela mão.
– Eu não consigo parar de pensar em você, sabia? – ele disse se aproximando da minha mulher.
– Não, Marcos. Eu falei pra você que sou casada, por favor.
– Eu sei, mas desde que eu te vi aqui que não consigo parar de pensar em você… nesse seu perfume – ele disse aproximando-se de seu ouvido e colocando-a contra a parede.
– Não fala isso… Por favor, Marcos, para… – ela disse com a voz ofegante.
– Sério, olha só pra você. É muito diferente de qualquer mulher que eu já conheci.
– Não fala isso… você sabe que eu sou casada. Para, Marcos, por favor… eu não posso.
– De verdade, Fernanda… eu nunca vi ninguém exalar sensualidade e elegância assim como você faz – ele disse começando a beijar o seu pescoço.
– Não faz isso, por favor.
– Me fala que você não quer que eu paro.
– Eu não posso, Marcos… eu não posso.
– Eu preciso te beijar.
– É? Precisa? – ela disse com a voz trêmula e então houve silêncio.
Mais tarde ele me disse que foi nesse momento que a minha mulher parou de resistir e o beijo entre eles finalmente aconteceu. Segundo Marcos, a coisa esquentou a ponto dela ajudá-lo a tirar a camisa, mas depois de alguns instantes Fernanda interrompeu o beijo e o afastou.
– Você precisa ir – ela disse interrompendo o silêncio – Isso foi um erro, me desculpa.
– Eu sei… eu sei. Me desculpa, mas eu precisava tentar. Eu não tiro você da cabeça, Fernanda.
– Marcos, você precisa ir. Por favor.
– Então eu vou, mas quero que você pense sobre isso. Eu quero sair com você. Pensa se você quer me ver outra vez.
– Eu não posso, Marcos. Você precisa ir embora agora, por favor.
– Pensa. E se decidir me encontrar tem meu telefone no cadastro. Me manda uma mensagem.
– Boa noite, Marcos.
Quando terminei de ouvir mandei mensagem para o Marcos e ele me ligou para contar os detalhes. Lembro de como meu coração estava disparado… eu pensei que iria vomitar de tão nervoso. Ele tinha conseguido. O filho da puta tinha encurralado e beijado a minha mulher.
E eu ouvi tudo. Mesmo desejando aquilo, eu não imaginava que a Fernanda seria capaz de me trair. Eu sei que no fim ela resistiu e mandou ele embora, mas já era tarde… ela tinha cedido.
Um conto erótico de GabeGarcia
Categoria: Heterossexual
Contém 2783 palavras
Data: 25/08/2024
Assuntos: Casada, Corno, Cuckold, Dominação, Esposa, Heterossexual, Infidelidade